segunda-feira, 30 de abril de 2018

Lista de países bombardeados pelos EUA desde 1950

Lista de países bombardeados pelos EUA desde 1950

Corea y China 1950-1953 (Guerra de Corea)
Guatemala 1954
Indonesia 1958
Cuba 1959-1961
Guatemala 1960
Congo 1964
Laos 1964-1973
Vietnam 1961-1973
Camboya 1969-1970
Guatemala 1967-1969
Granada 1983
Líbano 1983, 1984 (ambos objetivos libaneses y sirios)
Libia 1986
El Salvador, 1980
Nicaragua, 1980
Irán 1987
Panamá 1989
Irak 1991 (Guerra del Golfo Pérsico)
Kuwait 1991
Somalia, 1993
Bosnia 1994, 1995
Sudán 1998
Afganistán 1998
Yugoslavia 1999
Yemen 2002
Irak 1991-2003 (EE.UU/RU de manera regular)
Irak 2003-2015
Afganistán 2001-2015
Pakistán 2007-2015
Somalia 2007-8 2011
Yemen, 2009, 2011
Libia de 2011, 2015
Siria 2014-2016

Fonte: cubadebate.cu

terça-feira, 24 de abril de 2018

Atual gestão da Eletrobras pagou quase R$ 2 milhões para que falassem mal da própria empresa

Ver: http://agenciasportlight.com.br/index.php/2018/04/24/atual-gestao-da-eletrobras-pagou-quase-r-2-milhoes-para-que-falassem-mal-da-propria-empresa/

domingo, 22 de abril de 2018

Dia do Descobrimento já foi 3 de maio; saiba mais sobre a data comemorativa

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/dia-do-descobrimento-ja-foi-3-de-maio-saiba-mais-sobre-a-data-comemorativa.shtml

Publicação da carta de Pero Vaz de Caminha em 1817 mudou entendimento até então vigente

22.abr.2018 às 2h00

"Em que dia o Brasil foi descoberto?" Até 1817, a resposta correta era 3 de maio. A data foi estabelecida no período colonial pelo historiador português Gaspar Correia (1495-1561).

De acordo com historiadores, Correia chegou a essa conclusão baseado no nome que as novas terras receberam. Como elas foram batizadas de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz, provavelmente seria uma homenagem ao Dia da Santa Cruz, celebrado em 3 de maio.

Por três séculos, essa foi a data da descoberta do Brasil. Tudo mudou, porém, com a vinda da família real ao país, em 1808. Junto com a corte veio uma cópia daquela que é considerada a  "certidão de nascimento" do país: a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.

O relato de Caminha foi descoberto pelo padre Aires de Casal, que o publicou pela primeira vez em 1817. Tudo indica que, até então, o documento permaneceu ignorado desde a viagem de Cabral.

Nele, o escrivão narra a vista de terras no dia 22 de abril de 1500. A partir daí a data se impôs como o dia do descobrimento.

O 3 de maio, entretanto, foi adotado como feriado nacional pelo governo logo após a Proclamação da República (1889). Na lista de datas comemorativas, criada em 1890, lá estava ele, ao lado de algumas novidades, como o Dia de Tiradentes.

Como o governo não deu explicações, a imprensa cogitou que a data fora estabelecida para não ficar próxima do feriado em celebração do mártir da Inconfidência Mineira.

A justificativa oficial veio apenas em 1893, com a publicação do livro "Festas Nacionaes", de Rodrigo Octavio. Segundo o autor, a divergência na data ocorreu por causa da correção no calendário feita pelo papa Gregório XIII (1502-1585).

O feriado do Descobrimento foi extinto por Getúlio Vargas em 1930. No decreto, ele afirmava que, em "vantagem do trabalho nacional", era preciso reduzir os dias de folga e manter apenas os que sensibilizam mais profundamente a consciência coletiva.

É uma falácia dizer que bancos brasileiros são muito eficientes, diz presidente de consultoria


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/04/e-uma-falacia-dizer-que-bancos-brasileiros-sao-muito-eficientes-diz-presidente-de-consultoria.shtml


Para o presidente da Roland Berger, instituições nacionais têm mais de R$ 50 bi cobertos pelas altas taxas de juros



22.abr.2018 às 2h00



Alexa Salomão

SÃO PAULO

​​O presidente da consultoria alemã Roland Berger, António Bernardo, é um crítico contumaz dos bancos no Brasil e do papel deles na preservação das altas taxas de juros e de spread (diferença entre as taxas de juros que o banco paga e as que cobra).



Mesmo reconhecendo que o ambiente local é adverso, o que exige que cobrem mais pelos empréstimos, Bernardo afirma que as instituições financeiras instaladas no país estão em uma posição confortável e não têm pressa em fazer o dever de casa.



"No Brasil há uma concorrência soft entre os bancos, o que leva a uma enorme desvantagem: gera ineficiências."



O Banco Central, avalia Bernardo, já está tomando medidas para corrigir esse comportamento. "A pressão sobre os bancos está crescendo. E eles já estão sentindo. A mudança agora é apenas uma questão de tempo", afirma.



Por que a taxa básica de juros está no menor nível desde o início do Real, mas não vemos a redução dos juros no crédito nem dos ganhos dos bancos, o chamado spread?



As taxas de juros para o consumidor final estão caindo, o spread também, mas a redução vem de forma muito gradual, o que é negativo para o investimento, para o consumo, para a recuperação da economia. Essa inércia dos bancos em reduzir as taxas ocorre por várias razões. Uma delas é o fato de o Brasil ter uma grande concentração bancária.



Mas a concentração bancária ocorre em outros países que não têm taxas elevadas. Dá mesmo para afirmar que essa é uma causa?



Há concentração bancária em outras economias, mas em economias pequenas, como a Holanda e a Finlândia. Entre as grandes, a concentração é bem maior do que no Brasil. Estados Unidos, França, Reino Unido, por exemplo, são grandes economias com concentração bancária bem menor do que a brasileira. E a experiência mostra que setores muito concentrados têm mais propensão ao que chamo de concorrência soft.



O que seria isso?



Não estou dizendo que os bancos fazem algo ilegal, que organizam reuniões a portas fechadas para combinar juros. Estou dizendo que a concentração leva à redução na concorrência —e não é fácil explicar essa redução na prática. Os bancos fazem propaganda do crédito hipotecário, do crédito para automóvel, e fica parecendo que há concorrência. Mas isso não é concorrência. Na concorrência verdadeira ocorre uma pressão grande sobre os preços, e, para conquistar clientes, é preciso baixar o preço —no caso dos bancos, baixar as taxas de juros. Não há pressão sobre os preços no sistema bancário brasileiro.



Há quem defenda que concentração pressuponha bancos mais robustos e eficientes, o que dá segurança ao sistema. Esse setor já foi mais pulverizado no Brasil, teve problemas e exigiu saneamento. O país não está mais seguro assim?



De um lado, sim, é verdade. Instituições maiores e mais fortes dão mais segurança ao sistema financeiro. Mas também traz essa concorrência soft que eu falei, o que leva a uma enorme desvantagem para todo o sistema: gera ineficiências. Ao contrário do que se pensa, os grandes bancos brasileiros não são tão eficientes assim.



Mas é recorrente o discurso de que os bancos brasileiros estão entre os mais eficientes do mundo.



Isso é uma falácia. Basta comparar os números. Para medir a eficiência, os bancos usam várias métricas, uma delas é o CIR (taxa que mostra a relação entre os custos de operação e a renda). O CIR dos bancos brasileiros está abaixo de 50%. Por exemplo, o Santander tem cerca de 42%, o Itaú algo como 45%, o Bradesco, 49%. O CIR dos bancos na Europa está ao redor de 62%, e o dos Estados Unidos, 59%.



Mas essa é uma maneira simplista e pouco rigorosa de ver a eficiência. O CIR aqui é mais baixo porque o spread é absurdamente mais elevado —tem mais income, renda—, não porque os custos sejam baixos. Os custos dos bancos no Brasil, aliás, são muito altos.



O sr. está dizendo que o spread encobre ineficiências?



Sim. Encobre ineficiências e mantém resultados. A rentabilidade dos bancos brasileiros vem do spread excepcionalmente alto que cobram. Nas análises que fizemos, identificamos que há mais de R$ 50 bilhões em custos que poderiam ser cortados e estão sendo cobertos pelo spread.



Que custos são esses?



Estruturas organizacionais pesadas, com gente demais, processos de middle e back-office (áreas internas responsáveis por transações financeiras e obrigações regulatórias) ultrapassados, excesso de agências. Há outro indicador mundial para medir eficiência: despesas administrativas e com pessoal sobre o ativo total (peso dos custos sobre os ativos). Entre os maiores bancos no Brasil, essa relação é de 3,5%. Na Europa, 1,5%, menos da metade. Nos Estados Unidos, 2,5%.



Os bancos alegam que os spreads são altos por outras questões, alheias às suas operações, como a alta inadimplência. Não é assim?



Os custos com inadimplência no Brasil são três ou quatro vezes maiores do que em alguns países da Europa. Mas, no que se refere à inadimplência, pesam diferentes fatores. Recuperação de garantias, por exemplo, é um indicador importante. No Reino Unido e na Alemanha, a capacidade de execução de uma garantia em caso de inadimplência supera 80%. No México, 70%. Sabe qual é a capacidade de recuperação no Brasil? Cerca de 16%. Pesa também a questão do prazo: quanto mais tempo se leva para recuperar a garantia, mais pressão vemos sobre a inadimplência. No Reino Unido, um ano, um ano e meio. No Brasil, quatro anos.



Há, então, problemas do arcabouço legal que não depende dos bancos, correto?



Sim. Questões legais e outras distorções particulares do Brasil pesam, mas é preciso ter em mente que esse não é o aspecto mais relevante. Uma questão fundamental que afeta a inadimplência está no modelo de análise de risco dos bancos. Eles precisam ajustar e melhorar os modelos. Emprestaram altas quantias a clientes que depois se mostraram arriscados. Há novas tecnologias que podem ajudar nisso. Fintechs (empresas financeiras baseadas em novas tecnologias) já usam inteligência artificial para melhorar a eficiência.



Que medidas podem acelerar a redução do spread?



O Banco Central tem agido nesse sentido. Está ajustando a regulação dos bancos médios e das fintechs para elevar a concorrência. Essas instituições, mesmo sendo menores, podem fazer diferença. As cooperativas de crédito são um bom exemplo. Têm taxas de juros mais baixas do que as de grandes bancos e estão ampliando o crédito. O Banco Central também reduziu os depósitos compulsórios (dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a depositar no BC para controle de circulação de moeda), liberando recursos para o crédito.



Mas bancos centrais gostam de trabalhar pelo convencimento antes de tomar medidas radicais. Chamam as instituições e avisam: "Olha, com esse juro e essa inflação tão baixos, não faz sentido esse spread". A pressão sobre os bancos está crescendo. E eles já estão sentindo. A mudança agora é apenas questão de tempo.

Presidente francês diz não ter 'plano B' para acordo nuclear iraniano


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/presidente-frances-diz-nao-ter-plano-b-para-acordo-nuclear-iraniano.shtml


Macron afirmou ainda que EUA devem permanecer no pacto enquanto não houver opção melhor



22.abr.2018 às 11h05



O presidente francês, Emmanuel Macron, disse em entrevista ao canal Fox News neste domingo (22) que não tem "plano B" para o acordo nuclear iraniano e que os Estados Unidos devem permanecer no acordo enquanto não houver uma opção melhor.



Macron ainda afirmou que Estados Unidos, França e outros aliados terão um papel "muito importante" para desempenhar na reconstrução da Síria após o término da guerra. Ele alertou que o Irã, que tem sido o principal aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad, invadirá a Síria se os países partirem muito cedo.



No sábado (21), o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que está pronto para tomar reações "esperadas e inesperadas" caso os Estados Unidos se retirem do acordo internacional.



"Nossa organização de energia atômica está totalmente preparada... para ações que são esperadas e ações que eles não esperam", afirmou Rouhani, em discurso realizado na televisão estatal, referindo-se à decisão de Trump de deixar o acordo no próximo mês.



O acordo feito entre Irã, Estados Unidos e cinco outros países impõe travas ao programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções internacionais.



Trump disse que o acordo foi um dos piores já negociados. Em janeiro, o presidente norte-americano deu um ultimato a Reino Unido, França e Alemanha, dizendo que eles precisam concordar em ajustar o que os EUA veem como falhas na negociação, ou ele se recusaria a estender os fundamentais cortes de sanções realizados até então.



REUTERS

Principais candidatos à Presidência do Paraguai votam neste domingo


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/principais-candidatos-a-presidencia-do-paraguai-votam-neste-domingo.shtml

Primeiras horas da eleição transcorreram sem incidentes graves

22.abr.2018 às 12h34

 

Diego Zerbato

ASSUNÇÃO

Os dois principais candidatos à Presidência do Paraguai votaram cedo na manhã deste domingo (22), em uma eleição que em suas primeiras horas não teve incidentes graves.



Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado (direita), e Efraín Alegre, do Partido Liberal (centro), foram às seções eleitorais antes das 8h (9h em Brasília), na primeira hora de votação.



Em café da manhã com os jornalistas no final da madrugada, Marito pediu aos paraguaios que fossem às urnas e disse que será um dia histórico, apesar da previsão de um comparecimento baixo.



Líder nas pesquisas, ele reiterou seu pedido de união dos paraguaios, embora tenha voltado a afirmar que priorizará seus partidários políticos na composição de seu ministério, se eleito.



“Terminamos esse processo tratando de ser coerentes com a necessidade de transformar a República, de fazer uma política diferente. Não nos dedicamos em nenhum momento a responder insultos, agravos, porque temos que estar unidos os paraguaios.”



Ele respondeu de forma evasiva sobre as participações do presidente Horacio Cartes e do vice, Juan Afara, na eleição do Senado pelo Partido Colorado, autorizadas pela Justiça, embora a lei não as permita, e de Oscar González Daher, que teve o mandato cassado por tráfico de influência.



“Acho que demos provas de que estamos buscando uma Justiça completamente despolitizada. Nós temos que respeitar a independência dos poderes e a institucionalidade da república.”



Questionado pela imprensa estrangeira sobre política externa, tema pouco abordado em sua campanha, disse que priorizará a abertura do Mercosul a outros países do mundo.



“O Mercosul tem um potencial ainda não desenvolvido à profundidade que eu gostaria. Nós vamos continuar aprofundando os laços com os países do bloco e abrirmos ao mundo.”



Também prestou solidariedade aos venezuelanos pela crise e disse que continuará com o tom crítico da administração de Cartes contra o regime de Nicolás Maduro.



“Eu sempre fui crítico à condução política da Venezuela. Minha solidariedade com esse grande povo, que em um momento foi o farol democrático da América Latina e que tem que recuperar seu caminho democrático.”



Na sequência, foi votar com a família, chegando ao colégio eleitoral em Assunção por volta das 7h30. Antes de entrar, foi perguntado sobre os eleitores que o criticam por sua relação com a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989). “É uma crítica ridícula.”



Depois de acompanhar a mulher, Silvana, foi visitar o túmulo do pai, Mario Abdo Benítez, braço-direito do ditador, cumprindo um ritual de todas as campanhas eleitorais.



EFRAÍN

No mesmo horário, votava no prédio do Ministério da Fazenda o opositor Efraín Alegre. Ele comemorou o fato de não haver incidentes eleitorais até o momento e se disse confiante na disputa. “Hoje vai ser um grande dia, de um Paraguai que aposta no futuro, não no passado.”



Apesar da tranquilidade, os dois candidatos foram hostilizados no caminho. Ao acompanhar um de seus aliados, Efraín foi xingado por pessoas que estavam à frente de uma escola de Assunção, que gritavam para que fossem embora. Já Marito recebeu um arranhão de uma mulher ao chegar à seção eleitoral.



A previsão é que os primeiros resultados eleitorais saiam por volta das 18h locais e que a apuração termine às 23h, segundo o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral, organizador do pleito.



As quatro primeiras pesquisas de boca de urna, feitas a partir das três primeiras horas de votação, mostram um dos candidatos com cerca de 50% dos votos, enquanto o outro teria em torno de 35%.



Conforme a lei eleitoral, os nomes não foram divulgados. O resultado apresenta números similares aos feitos antes da eleição, em que Marito liderava sobre Efraín.

sábado, 21 de abril de 2018

Irã promete reações 'esperadas e inesperadas' se EUA deixarem acordo nuclear


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/ira-promete-reacoes-esperadas-e-inesperadas-se-eua-deixarem-acordo-nuclear.shtml

Pacto impõe travas do programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções internacionais

21.abr.2018 às 12h20

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse neste sábado (21) que está pronto para tomar reações "esperadas e inesperadas" caso os Estados Unidos se retirem de um acordo nuclear internacional, como o presidente do país, Donald Trump, ameaça fazer.

"Nossa organização de energia atômica está totalmente preparada... para ações que são esperadas e ações que eles não esperam", afirmou Rouhani, em discurso realizado na televisão estatal, referindo-se à decisão de Trump de deixar o acordo no próximo mês.

O acordo feito entre Irã, Estados Unidos e cinco outros países impõe travas ao programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções internacionais.

Trump disse que o acordo foi um dos piores já negociados. Em janeiro, o presidente norte-americano deu um ultimato a Reino Unido, França e Alemanha, dizendo que eles precisam concordar em ajustar o que os EUA veem como falhas na negociação, ou ele se recusaria a estender os fundamentais cortes de sanções realizados até então.

O embaixador do desarmamento dos EUA, Robert Wood, afirmou na quinta-feira que Washington está tendo discussões "intensas" com seus aliados europeus antes do prazo final de 12 de maio, quando as sanções norte-americanas retornarão a não ser que Trump decrete um novo período de suspensão.

REUTERS

Por que Kim Jong-un decidiu agora suspender os testes nucleares da Coreia do Norte?


Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43850996


Ankit Panda*

The Diplomat

21 abril 2018


O anúncio feito pelo líder norte-coreano Kim Jong-un de que vai suspender os testes nucleares pode, à primeira vista, trazer alívio temporário ao mundo, mas basta uma olhar mais apurado sobre a história do país para esmorecer toda e qualquer esperança.

Ver: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43850996

Banco Mundial deve emprestar menos à China e mais a países pobres, diz secretário dos EUA


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/04/banco-mundial-deve-emprestar-menos-a-china-e-mais-a-paises-pobres-diz-secretario-dos-eua.shtml


Para Steven Mnuchin, FMI deveria monitorar países com superávits comerciais recorrentes



21.abr.2018 às 15h09



O secretário do tesouro americano, Steven Mnuchin, quer que o FMI (Fundo Monetário Internacional) tome mais medidas contra o que a administração do republicano Donald Trump chama de práticas comerciais injustas e que o Banco Mundial direcione seus empréstimos baratos para países pobres, em detrimento da China.



As políticas comerciais atacadas por Mnuchin, segundo ele, impedem um crescimento mais robusto da economia global e da americana, em particular.



O secretário falou em evento de encerramento de encontro do FMI em Washington.



Durante o encontro, o movimento da política internacional americana em direção ao "america first" (Estados Unidos em primeiro lugar) foi alvo de divergências com outros países.



Mnuchin afirmou que o trabalho do FMI deve ir além da concessão de empréstimos de emergência para países em dificuldades financeiras. Segundo ele, a organização deveria monitorar mais de perto as práticas de países que consistentemente obtém superávits no comércio exterior.



O Banco Mundial, segundo ele, não deve voltar atrás na iniciativa de mudar o destino de seus empréstimos, priorizando países pobres, em vez de países em desenvolvimento com crescimento acelerado, como a China.



DISCORDÂNCIAS

Muitos participantes usaram as reuniões para protestar contra o protecionismo de Donald Trump, que marcam uma mudança nas sete décadas de apoio ao comércio livre e global pelos Estados Unidos.



"Nós rejeitamos veementemente movimentos em direção ao protecionismo", disse Már Guðmundsson, presidente do Banco Central da Islândia.



"Restrições ao comércio unilateral farão apenas mal para a economia global."



Os Estados Unidos causaram turbulência no mercado financeiro internacional nas últimas semanas com uma série de movimentos provocativos que despertaram o alerta de uma guerra comercial iminente.



No mês passado, Washington impôs taxas sobre aço e alumínio importados, e em seguida, tarifas sobre US$ 50 bilhões em exportações chinesas como punição pelas ações do país asiático para controlar tecnologias americanas.



A China contratacou taxando US$ 50 bilhões em exportações americanas e, por fim, Trump decidiu elevar as exportações da China taxadas para US$ 100 bilhões.





"A principal ameaça é o recrudescimento das tensões e a possibilidade de entrarmos em uma sequência de medidas unilaterais, gerando incertezas para o comércio internacional e o crescimento global", disse Roberto Azevêdo, diretor geral da Organização Mundial do Comércio para para o comitê de política do FMI.



Se, de um lado, os representantes do setor financeiro mantêm divergências em relação ao comércio exterior com Washington,  de outro concordam com os EUA em relação a necessidade de de ações coordenadas para sustentar a mais forte expansão econômica desde a crise financeira de 2008.



"Temos de manter esse grupo trabalhando em conjunto", disse Nicolas Dujovne, ministro da Fazenda da Argentina.



ASSOCIATED PRESS

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Grupo separatista basco ETA pede desculpas por violência

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/grupo-separatista-basco-eta-pede-desculpas-por-violencia.shtml

Próximo de anunciar sua dissolução, organização pediu perdão às suas vítimas

20.abr.2018 às 9h28

MADRI
O grupo separatista basco ETA pediu desculpas nesta sexta-feira (20) pelo mal causado a suas vítimas e seus familiares durante uma campanha violenta de meio século para criar um Estado independente no norte da Espanha e no sudoeste da França.

"Estamos cientes de que, durante este longo período de luta armada, provocamos muito sofrimento, inclusive muitos danos para os quais não há solução. Queremos mostrar respeito pelos mortos, pelos feridos e pelas vítimas que foram provocados pelas ações do ETA", disse o grupo, em um comunicado publicado no jornal basco Gara.

"Pedimos desculpas de verdade", afirma a organização, que executou atentados com bomba e assassinatos que deixaram 829 mortos, tanto no País Basco como no resto da Espanha e na França.

O pedido de desculpas chega no momento em que se espera que o grupo anuncie sua dissolução definitiva no início do próximo mês, pouco mais de um ano depois de encerrar sua campanha separatista armada entregando suas armas e explosivos.

"Olhando para frente, a reconciliação é uma das tarefas que precisam ser realizadas no País Basco, algo que já está acontecendo entre os cidadãos. É um exercício necessário para reconhecer a verdade de maneira construtiva, curar feridas e oferecer garantias para que este sofrimento não volte a acontecer", diz a nota. 

A organização, que também realizou em nome da luta armada sequestros e extorsões, pediu perdão especificamente para as vítimas "que não tinha uma participação direta no conflito, nem responsabilidade alguma". "A estas pessoas e seus parentes pedimos perdão", afirma o texto com data de 8 de abril, exatamente um ano depois de quando entregou as armas.

Criado em 1959 durante a ditadura de Francisco Franco, o ETA (Euskadi Ta Askatasuna, ou País Basco e Liberdade) lutava pela independência da região, que tem língua e cultura próprios. Com a chegada da democracia, nos anos 1970, o grupo foi aos poucos perdendo apoio e em 2011 renunciou em definitivo à luta armada.

Associações de vítimas do terrorismo, que exigiam há vários anos um pedido de desculpas do ETA, criticaram o comunicado, que consideraram insuficiente.

"Parece vergonhoso e imoral que façam esta distinção entre os que mereciam o tiro na nuca, a bomba no carro e os que foram vítimas por acaso, porque não mereciam", afirmou ao canal público espanhol TVE a presidente da Associação das Vítimas do Terrorismo, María del Mar Blanco.

O governo espanhol comentou o pedido de desculpas e disse que o grupo foi derrotado "com as armas da democracia". "As vítimas, sua memória e sua dignidade foram decisivas para derrotar o ETA. O ETA deveria ter se desculpado pelos danos causados de maneira sincera e incondicional muito tempo atrás", disse o gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy.

REUTERS e AFP

A atuação histórica do BNDES: o que os dados têm a nos dizer?


O Texto para discussão 123, de autoria de Ricardo de Menezes Barboza, Mauricio Furtado e Humberto Gabrielli, busca examinar a atuação histórica do BNDES, com base nos dados de aprovação de crédito e de desembolso da instituição. O objetivo é responder três perguntas:

Ver mais: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/noticias/noticia/td-atuacaohistorica-post

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Após 59 anos de era Castro, Cuba empossa Miguel Díaz-Canel como presidente

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/miguel-diaz-canel-e-confirmado-como-sucessor-de-raul-castro-em-cuba.shtml

Engenheiro de 57 anos chefiará ilha, ainda à sombra de Raúl Castro, que segue comandando partido

19.abr.2018 às 10h21

Isabel Fleck
HAVANA

A Assembleia Nacional de Cuba confirmou nesta quinta-feira (19) Miguel Díaz-Canel como sucessor de Raúl Castro no comando da ilha. Ele recebeu 603 dos 604 votos possíveis na sessão que começou às 9h locais (10h de Brasília) e é oficialmente o novo presidente do país.

Díaz-Canel foi indicado na quarta (18) para ocupar o cargo de presidente do Conselho de Estado, cargo que representa o chefe de Estado e de governo de Cuba. Ele será a primeira pessoa de fora da família Castro a comandar o país em quase 60 anos. Antes disso, era o primeiro vice-presidente do órgão.

Com isso, ele se tornou oficialmente o líder da ditadura cubana, embora na prática Raúl deva manter o poder, já que continuará no comando do Partido Comunista Cubano (até 2021) e das Forças Armadas —postos que de fato ditam a política na ilha.

A expectativa, portanto, é que Díaz-Canel siga sob o comando do general. Raúl disse à Assembleia que  "na hora certa" o novo presidente poderá substituí-lo também no comando do partido, mas não especificou quando isso deve acontecer.

Após ser confirmado, o novo presidente fez um discurso no qual disse que Raúl segue como líder da revolução e que pretende manter a continuidade do governo.

“Afirmo a esta assembleia que o companheiro general do Exército Raúl Castro Ruz, como primeiro secretario do Partido Comunista de Cuba, encabeçará as decisões de maior transcendência para o presente e o futuro da nação", disse ele,  "O mandato dado pelo povo a esta legislatura é dar continuidade à revolução cubana em um momento histórico crucial, que será marcado por tudo que devemos avançar na atualização do modelo econômico", afirmou Díaz-Canel em sua fala na Assembleia.

Díaz-Canel indicou ainda que pretende manter as diretrizes estabelecidas por Raúl também na relação com os outros países. "A política exterior cubana se manterá inalterável".

"Cuba não faz concessões contra sua soberania e independência, não negociará princípios nem aceitará condicionamentos. Jamais cederemos ante pressões ou ameaças. As mudanças que sejam necessárias serão decididas soberanamente pelo povo cubano", afirmou ele.

Raúl Castro também falou à Assembleia, depois de Díaz-Canel. Segundo ele, será formada uma comissão na Assembleia para discutir a reforma da constituição da ilha, que será colocada em referendo, mas que isso não significa mudar o caráter socialista do regime.

A Assembleia também confirmou os outros nomes que farão parte do Conselho de Estado: o novo primeiro vice-presidente, Salvador Valdés; e os outros cinco vice-presidentes: Ramiro Valdés, Roberto Tomás Morales, Gladys María Bejerano, Inés María Chapman e Beatriz Jhonson. Todos, incluindo Diáz-Canel, terão mandato de cinco anos.

Em sua fala, Raúl afirmou que Diáz-Canel poderá ficar no máximo dois mandatos, de cinco anos cada, na Presidência.

PERFIL

Aos 57 anos, Díaz-Canel é parte de uma geração que nasceu depois da revolução. Na nova composição da Assembleia Nacional, 87,6% também não tinham nascido quando o poder foi tomado a partir de Sierra Maestra.

É engenheiro eletrônico de formação, mas, assim que se formou, aos 22 anos, ingressou nas Forças Armadas Revolucionárias. Serviu por três anos e voltou à universidade, onde, além de lecionar, ingressou na UJC (União de Jovens Comunistas) local. Pela UJC, foi para a Nicarágua, em 1987, durante a Revolução Sandinista. Nunca exerceu a engenharia.

Quando regressou, dois anos depois, já se tornaria o dirigente da União de Jovens Comunistas de Santa Clara. Do comitê jovem, seguiu sua trajetória para o Partido Comunista, que o levaria a Havana em 2009, já como ministro da Educação Superior.

Ao seu perfil discreto se credita, em grande parte, sua ascensão dentro do regime.

Presente de Grego? Estados Unidos doam Tanques de Guerra ao Brasil

Uma doação recente dos Estados Unidos da América acaba de chegar ao Brasil, via Porto de Paranaguá: quatro viaturas blindadas M109 A5 perfeitamente utilizáveis, estão prestes a ser incorporados ao Exército Brasileiro. São as primeiras de um total de 60, que deverão chegar até o final do ano (**). Isso ocorre quando muito se fala de intervenção estrangeira norte-americana na Venezuela, a maior reserva certificada de petróleo no mundo.

Ver: http://operamundi.uol.com.br/dialogosdosul/presente-de-grego-estados-unidos-doam-tanques-de-guerra-ao-brasil-2/19042018/

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Senador da Rede apresenta pedido de impeachment de Michel Temer

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/senador-da-rede-apresenta-pedido-de-impeachment-de-michel-temer.shtml

Documento usa como base matéria da Folha sobre pagamento de obra na casa de filha do presidente

18.abr.2018 às 18h26

Bernardo Caram
BRASÍLIA
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou nesta quarta-feira (18) um pedido de impeachment do presidente Michel Temer. O documento se baseia em reportagem da Folha sobre o pagamento de uma reforma na casa de Maristela Temer, filha do presidente.

De acordo com a reportagem, a obra na casa de Maristela foi paga em dinheiro vivo pela esposa do coronel João Baptista Lima Filho, amigo do emedebista. A Polícia Federal investiga a reforma no imóvel sob a suspeita de que tenha sido bancada com propinas da JBS.

O senador da Rede fez o pedido de impeachment argumentando que Temer cometeu crime de responsabilidade e de violação à probidade e ao decoro.

No pedido, Randolfe argumenta que o pagamento das obras em dinheiro vivo “não registrado em transação bancária, o que não nada é usual” ocorreu durante período em que o delator Ricardo Saud, da JBS, afirma ter repassado R$ 1 milhão ao coronel Lima, a mando de Temer.

O senador afirma ainda que, embora os atos sejam anteriores ao mandato presidencial, o que o protegeria pela imunidade constitucional, Temer respondeu a questionário da Polícia Federal, em janeiro desse ano, que jamais recebeu valores de caixa dois ou realizou transações financeiras com o Coronel.

“Confirmadas as denúncias quanto à reforma milionária na casa de sua filha, o presidente terá mentido, no exercício do mandato, à autoridade policial, não estando a salvo de responder, portanto, por este ato”, diz o documento.

Cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), analisar a solicitação e decidir se dará andamento ao processo.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Julian Assange x Mark Zuckenberg


Brasileiro não é nacionalidade, é profissão

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2018/04/brasileiro-nao-e-nacionalidade-e-profissao.shtml

Fôssemos brasilianos ou brasileses, talvez restassem mais Amazônia e, quem sabe, respeito às urnas

16.abr.2018 às 2h00

Peço licença para um pouco de sociolinguística de botequim. Não que antes eu fizesse, por aqui, sociolinguística séria. Mas fazia outras coisas de botequim: poesia de botequim, política de botequim, economia de botequim. A crônica, afinal, não passa da botequinização dos assuntos.

Não sei se algum acadêmico sério já se debruçou sobre esse fenômeno. Quem primeiro me fez ver foi o palhaço Marcio Libar que, como todo palhaço, é um clarividente de botequim.

“Nacionalidade, no português”, dissertou o palhaço, “é -ano (italiano, americano, mexicano) ou -ês, (inglês, francês, polonês). Mais raramente, termina em -ino (argentino, marroquino) ou -ense (costarriquense, israelense).”

Sim, Palhaço Pasquale, mas onde o senhor quer chegar com essa gramática de botequim?
“Não tem nenhum outro povo que termine em -eiro que não o brasileiro. Pode procurar.”

Procurei. Não achei. “Quem termina em -eiro é banqueiro, pedreiro, marceneiro, bicheiro. Brasileiro não é nacionalidade, é profissão.”

Maldito palhaço. Nunca mais me esqueci disso. Toda vez que vejo algum brasileiro ferrando o Brasil lembro que brasileiro é atividade, não é identidade. E não qualquer atividade: brasileiro é quem vive da extração e da venda, pro exterior, do pau-brasil.

Ou seja: brasileiro, etimologicamente, é quem vive de vender o Brasil. Quando terminam as riquezas, o brasileiro se aposenta e volta pra “civilização”, como gosta de chamar os lugares que mais se beneficiaram do nosso subdesenvolvimento.

Por isso também tantos de nós se definem como brasileiros, mas —apressam-se em acrescentar— descendentes de italianos, portugueses ou alemães. Estamos brasileiros, mas, no fundo, o que somos de verdade é outra coisa. O brasileiro tá de passagem.

Fôssemos brasilianos, talvez restasse mais Amazônia. Fôssemos brasileses, quem sabe respeitássemos as urnas. Fôssemos brasilinos, talvez não tivéssemos exterminado, e continuássemos exterminando, tantas nações indígenas.

Taí uma ideia: homenagear um povo original. Nisso podíamos imitar os “civilizados”. Afinal, franceses vêm dos francos, ingleses vêm dos anglos, e por essa lógica seríamos tupinambás, tamoios ou tabajaras.

Imagina que bonito um estádio inteiro cantando junto: “Eu sou tabajara/ Com muito orgulho/ Com muito amor”.

Curiosamente, tabajara virou sinônimo de reles, vagabundo. Vai entender.

Gregorio Duvivier
É ator e escritor. Também é um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos.

domingo, 15 de abril de 2018

A prova horoscópica de Rodrigo Janot

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2018/04/a-prova-horoscopica-de-rodrigo-janot.shtml
Por Elio Gaspari

Ex-procurador-geral vê referência a atentado em email usado por Dilma e Mônica Moura

15.abr.2018 às 2h00

Uma amostra do grau da insanidade que foi injetada nas denúncias do ex-procurador-geral Rodrigo Janot:

Em 2015 a presidente Dilma Rousseff e a marqueteira Mônica Moura passaram a se comunicar por meio de um dissimulado sistema de mensagens eletrônicas dentro do endereço 2606iolanda@gmail.com.

Segundo Janot, “2606” é uma referência “à data de 26 de junho de 1968, em que o grupo Vanguarda Popular Revolucionária, integrado por Dilma Rousseff, praticou um atentado com carro-bomba em um quartel em São Paulo, durante a ditadura militar”.

Em junho de 1968, Dilma Rousseff não era militante da VPR. Ela estava no Comando de Libertação Nacional, o Colina. A prova horoscópica de Janot relacionou o “2606” ao atentado em que um grupo de terroristas matou o soldado Mário Kozel Filho em São Paulo. Tudo bem, mas naquele mesmo dia realizou-se no Rio a “Passeata dos Cem Mil”. Janot também poderia dizer que era uma homenagem a Gilberto Gil, pois é a data de seu nascimento.

Depois do realismo mágico, Janot expôs a prova mágica.

A prova horoscópica de Rodrigo Janot

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2018/04/a-prova-horoscopica-de-rodrigo-janot.shtml

Ex-procurador-geral vê referência a atentado em email usado por Dilma e Mônica Moura

15.abr.2018 às 2h00

Uma amostra do grau da insanidade que foi injetada nas denúncias do ex-procurador-geral Rodrigo Janot:

Em 2015 a presidente Dilma Rousseff e a marqueteira Mônica Moura passaram a se comunicar por meio de um dissimulado sistema de mensagens eletrônicas dentro do endereço 2606iolanda@gmail.com.

Segundo Janot, “2606” é uma referência “à data de 26 de junho de 1968, em que o grupo Vanguarda Popular Revolucionária, integrado por Dilma Rousseff, praticou um atentado com carro-bomba em um quartel em São Paulo, durante a ditadura militar”.

Em junho de 1968, Dilma Rousseff não era militante da VPR. Ela estava no Comando de Libertação Nacional, o Colina. A prova horoscópica de Janot relacionou o “2606” ao atentado em que um grupo de terroristas matou o soldado Mário Kozel Filho em São Paulo. Tudo bem, mas naquele mesmo dia realizou-se no Rio a “Passeata dos Cem Mil”. Janot também poderia dizer que era uma homenagem a Gilberto Gil, pois é a data de seu nascimento.

Depois do realismo mágico, Janot expôs a prova mágica.

Elio Gaspari
Nascido na Itália, recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por '

terça-feira, 10 de abril de 2018

Roteiro visto por Moscou se cumpre, e guerra na Síria deixa de ser civil

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/roteiro-visto-por-moscou-se-cumpre-e-guerra-na-siria-deixa-de-ser-civil.shtml

A última coisa de que o mundo precisa é de uma troca de tiros entre russos e americanos

10.abr.2018 às 2h00

Igor Gielow
SÃO PAULO
Os dramáticos desenvolvimentos na nova etapa do conflito na Síria escancaram o fato de que aquela guerra já deixou de ser civil há tempos, com camadas interligadas de choques geopolíticos sérios.

Após a entrada em campo da Turquia no norte do país, o estopim agora é o ataque químico atribuído à ditadura de Bashar al-Assad, apoiada pela Rússia e pelo Irã.

No dia 13 de março, as Forças Armadas russas haviam dito ter identificado uma trama para o uso de armas químicas por rebeldes anti-Assad visando justificar um ataque americano a Damasco.

A versão veio com uma advertência, reforçada pelo chanceler Serguei Lavrov: se soldados de Moscou na Síria, onde desde 2015 viraram a então guerra civil em favor do ditador, fossem alvejados, haveria retaliação.

Das duas, uma: ou Moscou já previa o uso de armas químicas e planejou uma narrativa preventiva, ou falava a verdade. Seja o que for, o roteiro está em curso, e a última coisa de que o mundo precisa é de uma troca de tiros entre russos e americanos.

Se esse último cenário é improvável por apocalíptico e porque Donald Trump é o rei da bravata, cabe lembrar que o presidente que lançou mísseis contra uma base síria após ataque químico semelhante em 2017 agora está cercado por assessores linha-dura —daí talvez o tom ameaçador de que "Putin vai pagar".

Novidade no contexto, Trump foi instigado pela retaliação do aliado Israel, que deixou de ser um ator de bastidor e começa a lutar às claras contra o que considera uma questão existencial: a influência do Irã na Síria.

Trump havia dito que queria deixar a Síria, onde mantém 2.000 homens de forças especiais. Agora, se coloca prazos públicos para decidir sobre um ataque a Assad.

Para Israel, que já vinha intensificando ataques diretos contra Damasco neste ano, a lógica é simples.
As forças do Hizbullah libanês, milícia armada por Teerã, atuam na campanha síria e podem acabar estacionadas na região próxima do Golã ocupado por Tel Aviv.

Com isso, haveria duas frentes possíveis para um eventual ataque a Israel. É um cenário politicamente inaceitável para os israelenses, devido ao custo civil e à impossibilidade de derrota do Hizbullah senão com uma invasão e ocupação de território libanês e sírio —e nem se fala aqui numa ação combinada com os palestinos do Hamas em Gaza, igualmente apoiados por Teerã.

O fato de Israel ter sido denunciado por Lavrov pelo ataque é outra novidade, já que Moscou fazia vista grossa às ações do país.

O destroçamento da relação entre Rússia e Ocidente não ajuda. A reação coordenada do Ocidente no caso do espião envenenado no Reino Unido já sugeria uma inflexão, de resto útil para espanar as suspeitas de ajuda russa a Trump.

A linha de Moscou já é pública, e Trump será testado. Se atacar e cometer erros, arrisca uma escalada. Se não atacar, Israel tende a agir mais intensamente. Exceto que um coelho diplomático surja de alguma cartola, será escolher entre dois males.

domingo, 8 de abril de 2018

Precursor da engenharia de tráfego no país

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/mortes-precursor-da-engenharia-de-trafego-no-pais.shtml

8.abr.2018 às 0h00

Antonio Mammi
SÃO PAULO

Quando Ion de Freitas foi contratado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem), em 1947, as rodovias pavimentadas do estado de São Paulo somavam 47 km.

Depois que se afastou da engenharia e passou a se dedicar à psicologia em 2003, ele havia criado a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a Zona Azul e a cadeira de engenharia de transportes na Escola Politécnica da USP, da qual era professor.

Secretário Municipal de Transportes de 1971 a 1974, ele foi o responsável por municipalizar a gestão do trânsito em São Paulo.

“Éramos um grupo de 14 engenheiros e urbanistas, e ele pelo fato de ser professor nos envolvia muito nos processos, nos preparava” diz  a arquiteta Maria da Penha Pereira Nobre, integrante da pasta na época.

Além do trabalho na prefeitura da capital, Ion participou de uma série de projetos importantes para mobilidade no estado. Foi o chefe do grupo de trabalho que concebeu a rodovia dos Imigrantes nos anos 1960; foi responsável pela pavimentação da via Anhanguera; e ajudou a projetar o metrô paulistano na década de 1970.

Também foi o primeiro a conceber um traçado de anel viário para a região metropolitana, em 1963, 35 anos antes de começarem as obras do  Rodoanel Mario Covas.

Sem nunca ter deixado de afiar seu espírito investigativo, estudou até quando pôde. Em 2009, aos 84 anos de idade, foi titulado mestre em psicologia pela Universidade Metodista.

Morreu no último dia 30 de março, aos 92 anos. Deixa a mulher, Lúcia, e três filhos.

Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila: Um atentado à democracia

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/04/guilherme-boulos-e-manuela-davila-um-atentado-a-democracia.shtml

Lula foi condenado sem provas, e seu julgamento em segunda instância foi acelerado só para inviabilizar sua candidatura

8.abr.2018 às 2h00

Os tempos em que vivemos representam o maior ataque à democracia desde o fim da ditadura militar.

O golpe parlamentar que colocou Temer no poder, a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes e a ofensiva contra Lula, do atentado a sua caravana à absurda e ilegal decisão de prendê-lo, exigem unidade da esquerda pela defesa da democracia e contra a escalada de violência fascista no país.

Como pré-candidatos à Presidência, temos clareza de que diferenças programáticas para as eleições não impedem nossa unidade como reação ao momento sombrio atual.

A face mais visível da luta democrática no país é a defesa irrestrita da liberdade do ex-presidente e, para além disso, do seu direito de ser candidato nas eleições presidenciais deste ano. Lula é a maior liderança social do Brasil. Tirá-lo do jogo político é um visível casuísmo eleitoral. Essa luta não é apenas daqueles que concordam com as posições de Lula e do PT.

O alcance da ofensiva é muito mais amplo. Enganam-se aqueles que pensam que eles sejam os únicos alvos dessa prisão. Isso faz parte de um ataque contra o campo progressista e os direitos sociais. Não começou com Lula e não terminará com ele.

A decisão apequenada do Supremo de legitimar até aqui uma medida inconstitucional, como é a prisão em segunda instância antes do trânsito em julgado, ameaça a presunção de inocência e o direito à ampla defesa de todo cidadão. Sem falar em mais uma ilegalidade do juiz Sergio Moro ao expedir um mandado de prisão antes de se esgotarem todos os recursos.

Lula não está acima da lei. Nem ele, nem nenhum de nós. Nem mesmo os juízes que o condenaram e os ministros que negaram o fiel cumprimento da Carta. Mas ele tampouco está abaixo da lei. Foi condenado sem provas; seu julgamento em segunda instância foi acelerado só para inviabilizar sua candidatura, buscando resolver as eleições no tapetão do Judiciário.

A chicana procedimental da ministra Cármen Lúcia negou-lhe o justo direito de recorrer em liberdade. A prisão tenta calar sua voz, enfraquecer as esquerdas e perpetuar o golpe de 2016.
É um escárnio ter um mandado de prisão contra Lula sem que haja nenhuma prova que o comprometa, ao mesmo tempo em que Temer foi flagrado em gravações nada republicanas no porão do Palácio e seu assessor direto foi filmado correndo com malas de dinheiro nas calçadas de São Paulo.

Ou ainda Aécio Neves, que teve seu pedido escandaloso de dinheiro a Joesley Batista ouvido por todos os brasileiros, chegando a insinuar a morte de um possível delator de seus crimes. Temer segue no Planalto e Aécio, no Senado. De um lado, provas sem punição; do outro, punição sem provas.

Defendemos que casos de corrupção devem ser investigados e punidos, mas é preciso tomar cuidado com o discurso que se vale do pretenso combate para destruir adversários políticos. Quando juízes se portam como chefes de partido, não se pode falar em justiça.

Se queremos combater a corrupção, temos que levantar a bandeira de uma profunda reforma política, afastando o poder público da influência do poder econômico e aproximando o povo das decisões.

Do contrário, trata-se tão somente de alimentar o sentimento de desesperança nas saídas políticas de uma maneira perigosa, abrindo assim as portas para soluções de cunho fascista sem nenhum compromisso com a democracia e as liberdades constitucionais.

É urgente a construção de uma unidade democrática contra a prisão arbitrária de Lula, a escalada da intolerância política e a garantia de eleições livres. Nessa mesa devem ter assento aqueles que, ante a barbárie, põem-se ao lado da democracia.

A defesa da liberdade de Lula é um divisor de águas nessa batalha. Não deixaremos as ruas e a luta. Para além das eleições, é o futuro do Brasil que está em jogo. Enfrentaremos as injustiças, de toga ou de farda. Lula livre!

Guilherme Boulos
Coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), é pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL

Manuela D'Ávila
Deputada estadual pelo PCdoB no Rio Grande do Sul, é pré-candidata do partido à Presidência da República

Primo de Lula é baleado e morre no sábado da prisão do petista

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/primo-de-lula-e-baleado-e-morre-no-sabado-da-prisao-do-petista.shtml

Sandoval Ferreira de Melo, 70, levou dois tiros ao reagir a um assalto em Garanhuns

8.abr.2018 às 11h22

Vinicius Torres Freire
GARANHUNS (PE)

Um primo de Luiz Inácio Lula da Silva foi baleado e morreu no sábado (7), dia em que o ex-presidente foi preso. Sandoval Ferreira de Melo, 70, levara dois tiros ao reagir a um assalto em Garanhuns (PE), na noite de sexta-feira (6).

Morreu em Caruaru, para onde fora transferido e passou por uma cirurgia. O hospital de Garanhuns estava sem cirurgião, conta Eraldo Ferreira dos Santos, primo de segundo grau de Lula e presidente do PT da cidade.

Melo era primo de primeiro grau de Lula, filho de Ananias, irmão de dona Lindu (Eurídice Ferreira de Melo, mãe do ex-presidente). Conhecido como Vavá, foi caminhoneiro e corretor de veículos e terrenos.

Segundo a Delegacia Seccional de Polícia Civil de Garanhuns, Melo estava em um bar próximo de sua casa, na avenida Santa Rosa, em Heliópolis, bairro de classe média, quando foi baleado. Lutou com um dos dois assaltantes, que queriam dinheiro e celulares dos clientes. Levou dois tiros no tórax.

Socorrido a princípio no hospital Dom Moura, em Garanhuns, foi transferido para o Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, onde morreu.

Eleição na Hungria testa terreno para partidos populistas europeus

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/eleicao-na-hungria-testa-terreno-para-partidos-populistas-europeus.shtml

Dono de retórica anti-imigração, Viktor Orbán deve ser reconduzido, mas pode perder supermaioria

8.abr.2018 às 2h00

Diogo Bercito
MADRI

O premiê da Hungria, Viktor Orbán, 54, deve vencer as eleições deste domingo (8). Até aí, nada de novo na Országgyulés, a Assembleia Nacional, onde esse populista de direita triunfou também em 2010 e em 2014.

Mas as sondagens preveem uma importante mudança para este ano: Orbán pode perder pela primeira vez a supermaioria de mais de dois terços com que governou nos últimos oito anos, implementando suas políticas sem oposição —no que ele próprio chama de uma “democracia iliberal”.

Ele terá vencido, mas após sofrer uma derrota em termos. Esse cenário já é discutido dentro do partido. O líder de seu grupo parlamentar, Gergely Gulyas, disse recentemente à revista Hetek que a manutenção da supermaioria é “improvável”.

“Nossa meta é formar um governo. Uma centena de assentos é o suficiente”, afirmou. A Assembleia Nacional tem hoje 199 cadeiras, 131 nas mãos do governo.

“Tudo o que vier acima disso será um presente bastante apreciado”, completou Gulyas.

Uma pesquisa do instituto Republikon feita de 10 a 23 de março estima que o partido de Orbán, o Fidesz, de direita, receberá 49% dos votos. O Jobbik, de direita ultranacionalista, chegará a 19%, enquanto o Partido Socialista Húngaro, de centro-esquerda, conquistará 17% do eleitorado.

O levantamento foi feito com mil entrevistados, e a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.
Ainda cabem surpresas eleitorais, em um país cuja imprensa é controlada pelo governo e onde pesquisas de voto são questionadas.

Analistas começam a notar a exaustão das campanhas contrárias à imigração, tema que foi uma das peças-chave na política de Orbán nos últimos anos.

A possível perda de fôlego de Orbán tem implicações no restante da União Europeia e pode servir de alerta a outros países e partidos populistas com discursos anti-imigração.

Governos como o da Polônia têm seguido o modelo húngaro em uma guinada autoritária que preocupa o restante do bloco. Por isso, seguem o pleito de domingo atentamente.

REFUGIADOS

Quando um enorme fluxo de refugiados se dirigiu à Europa, com ápice em 2015, países europeus reagiram de maneiras diferentes.

A Alemanha da chanceler Angela Merkel acolheu quase um milhão de pessoas naquele ano. Orbán, de seu lado, ergueu uma cerca na fronteira sul, monitorada com câmeras infravermelhas. A rota de refugiados foi bloqueada ali.

Nas eleições de agora, o governo espalhou outdoors com dizeres em tom de desafio: “A ONU quer que aceitemos migrantes de forma contínua. A Hungria é que decide, e não a ONU”.

A retórica de Orbán, no entanto, pode ter perdido apelo, em paralelo à diminuição do fluxo de migrantes. Foram 174 mil pedidos de asilo na Hungria em 2015, mas apenas 3.115 em 2017 (uma redução de 98%).

“A imigração ainda é fundamental para a base de Orbán, e por isso ele continua a usá-la na campanha”, afirma o analista András Bíró-Nagy, do influente instituto húngaro Soluções de Política.

“Mas essa questão perdeu um pouco a força, e a oposição tem discutido outras visões de futuro para o país, agora com foco em temas como a corrupção.”

Uma empresa outrora controlada por um genro de Orbán foi acusada por autoridades antifraude da União Europeia de apresentar “graves irregularidades”. “A oposição tem se concentrado nisso, em como os oligarcas têm roubado dos fundos europeus”, diz Bíró-Nagy.

São essas acusações que têm sacudido a popularidade de Orbán, ameaçando sua supermaioria. Mas o resultado depende agora, avalia o analista, do quanto a população vai comparecer às urnas —o voto não é obrigatório, e apenas 61% participaram das eleições de 2014.

Há alguns sinais de que o premiê pode realmente perder apoio.

Um deles é a vitória da oposição nas eleições municipais de Hodmezovasarhely, uma fortaleza do Fidesz nos últimos 20 anos. Os partidos oposicionistas conseguiram o feito ao se unir, no que indicou ao governo que sua hegemonia não está garantida.

TRUNFOS

A favor de Orbán, porém, pesa o bom estado da economia húngara. O PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 3,8% neste ano, segundo projeções do Banco Mundial. Já o desemprego estava em 3,9% em novembro de 2017.

Outra vantagem do Fidesz é o fato de que a oposição segue fragmentada e não goza de grande apelo popular.

As siglas que a compõem não ensaiaram nenhum movimento na direção de formar uma frente unida contra o Fidesz, ao contrário do que fizeram na cidade de Hodmezovasarhely —tal aliança teria de incluir o partido nacionalista Jobbik, algo que a esquerda por ora rechaça.

ELEIÇÕES NA HUNGRIA

Populista Viktor Orbán deve garantir quarto mandato

PRINCIPAIS FORÇAS

Fidesz - Liderada pelo premiê Viktor Orbán, essa sigla de direita populista governa desde 2010

Jobbik - Movimento de direita ultranacionalista acusado de ser neonazista e antissemita

MSZP - O social- democrata Partido Socialista Húngaro é herdeiro da sigla que governou de 1956 a 1989

LMP - O LMP (Política Pode Ser Diferente), de Bernadett Szél, tem como foco a política ambiental e o combate à corrupção

POR QUE É IMPORTANTE?

O governo húngaro tem enfrentado as autoridades europeias em Bruxelas e as políticas de países como França e Alemanha. A provável reeleição de Orbán reforça um eixo bastante crítico à União Europeia, uma tendência na região

ASSEMBLEIA NACIONAL

199 membros
106 serão escolhidos diretamente em suas circunscrições
93 serão apontados de maneira proporcional

MIGRAÇÃO

É um dos principais temas eleitorais, apesar de analistas já sugerirem alguma queda de sua importância em relação ao pleito anterior

Uma viagem a 1962 e uma aula de disciplina

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2018/04/uma-viagem-a-1962-e-uma-aula-de-disciplina.shtml

Em setembro, o comandante das tropas do Sul colocou seus quartéis em regime de prontidão

8.abr.2018 às 2h00

Em 1962 o Brasil estava dividido. Um ano antes a indisciplina dos três ministros militares levara o país à beira de uma guerra civil e João Goulart presidia um regime parlamentarista, dedicando-se a desmanchá-lo por meio de um plebiscito que restabeleceria o presidencialismo.

O Congresso remanchava e em setembro o comandante das tropas do Sul, general Jair Dantas Ribeiro, colocou seus quartéis em regime de prontidão e enviou um telegrama ao ministro dizendo que “me encontro sem condições para assumir com êxito e segurança a responsabilidade do cumprimento de tais missões, se o povo se insurgir pela circunstância de o Congresso recusar o plebiscito”. No melhor estilo do digo-mas-não-digo, acrescentou: “A presente explanação não é uma ameaça, nem uma imposição, mas apenas uma advertência”.

No mesmo dia o comandante da guarnição do Paraná mandou-lhe um telegrama: “Informo V. Excia. reina completa calma território esta Região Militar. Providenciada ordem prontidão”. Xeque.

Meses depois Jair Dantas foi nomeado ministro e foi à forra com o general do Paraná, mandando-o para o último canil do Exército, a Diretoria da Reserva.

O general do Paraná chamava-se Ernesto Geisel, não assinava manifesto contra o governo (“indisciplina”), nem a favor (“chefe não pode receber solidariedade de subordinado”).

No dia 31 de março de 1964 deu-se o levante contra Goulart. Jair era ministro e estava hospitalizado. No dia seguinte  telefonou a Goulart, abandonando-o.

Geisel tornou-se chefe da Casa Militar do novo governo e em 1974 assumiu a Presidência da República. Nunca assinou manifestos e restabeleceu o primado da Presidência da República sobre as Forças Armadas.

Elio Gaspari
Nascido na Itália, recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'.

sábado, 7 de abril de 2018

CBF faz manobra por debaixo dos panos

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2018/04/cbf-faz-manobra-por-debaixo-dos-panos.shtml

Nomeação sem divulgação de Gustavo Perrella como diretor causa estranheza

7.abr.2018 às 2h00

Nunca antes na história deste país pensei que veria tal situação, mas hoje é possível que haja mais brasileiros com a escalação do Supremo Tribunal Federal na ponta da língua do que o nome dos jogadores que têm chances de defender a seleção na Copa da Rússia.

Frases de ministros ilustram memes, camisetas e são proferidas ao mesmo tempo com erudição e deboche, mesmo em mesas de bar. Os ministros Barroso e Celso de Melo disputam o título de melhor jogada da temporada numa final eletrizante que marcou o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muito mais acompanhado do que amistoso da seleção. Conheço gente que desmarcou compromissos sociais e não saiu da frente da televisão.

Ora, ora, caro leitor. Na semana em que o Brasil está prestes a ver um ex-presidente ser preso, logo depois que a Procuradora Geral da República pediu o indiciamento de um senador, aquele que quase se elegeu presidente, e de que o próprio presidente em exercício, que amarga mais de 70% de rejeição e se vê pela terceira vez enrolado em denúncias, ficamos sabendo que a CBF nomeou por baixo dos panos, como diretor da entidade, o dono de um helicóptero em que foram encontrados 445 kg de cocaína.

Nenhum nome cairia tão bem quanto Casa Bandida do Futebol, com o qual a CBF foi batizada pelo meu ilustre colega de coluna Juca Kfouri. Não bastasse termos uma lista de ex-presidentes da entidade ou presos ou indiciados por corrupção, agora temos um diretor que foi protagonista de uma história mal contada até hoje.

Gustavo Perrella foi empossado pela Casa Bandida em janeiro como diretor de Desenvolvimento e Projetos, mas curiosamente a sua nomeação não foi divulgada e seu nome não constava no expediente da CBF até que a Folha confirmou a contratação e questionou sua ausência na relação dos manda-chuvas.

Perrella é tão insignificante a ponto de não constar na lista da entidade ou tentaram evitar justamente o que acontece agora? Que a notícia fosse parar em todos os jornais e o episódio do helicoca voltasse às manchetes.

Gustavo tinha mandato de deputado, ele é filho do senador Zezé Perrella. Os dois nunca chegaram a responder judicialmente pela apreensão da droga por falta de provas, segundo as autoridades. Os delegados responsáveis pelo caso dizem que o piloto do helicóptero usou a aeronave sem conhecimento dos donos e que teria recebido R$ 50 mil para fazer o transporte da droga que pertenceria a traficantes internacionais.

A história da ligação dos Perrella com o tráfico foi usada exaustivamente na campanha presidencial porque eles são aliados políticos de Aécio Neves. Até hoje, dia em que Lula deveria se entregar à Justiça, há dezenas de posts nas redes sociais que questionam a prisão do ex-presidente e a “impunidade” de Aécio, que é sempre ligado ao episódio do helicoca.

É bom lembrar que parte dos R$ 2 milhões pedidos pelo senador a Joesley Batista, e revelados em uma gravação entregue à Polícia Federal, apareceram na conta de quem? De uma empresa de Zezé Perrella.

Gustavo pode não ter nada a ver com essas maracutaias do pai, mas não causa estranheza a CBF esconder essa nomeação?

Mariliz Pereira Jorge
É jornalista e roteirista.

São Bernardo, 1978-2018

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/andresinger/2018/04/sao-bernardo-1978-2018.shtml

Lulismo não morre com a condenação do ex-torneiro mecânico, mas terá que se reinventar

7.abr.2018 às 2h00

No dia 12 de maio de 1978 começava a greve da Scania-Vabis em São Bernardo do Campo. Era a primeira paralisação operária desde 1968 e o sucesso dos trabalhadores do setor automobilístico mudaria a história do país. A presença de Luiz Inácio Lula da Silva, o líder sindical que emergiu daquele movimento, por 24 horas no Sindicato dos Metalúrgicos depois de decretada a sua prisão na última quinta (5), fecha simbolicamente o longo ciclo iniciado então.

O lulismo não morre com a condenação do ex-torneiro mecânico. Mas terá que se reinventar para sobreviver sem a liberdade daquele em torno do qual o movimento cresceu ao ponto de chegar à Presidência da República. A despeito de quaisquer outras considerações, Lula demonstrou, durante esses 40 anos, a inegável capacidade de aglutinar o campo popular da política brasileira em torno de si.

A Operação Lava Jato, que alcança seu ápice com a ordem de aprisionamento do ex-mandatário, conseguiu o efeito objetivo de afetar o coração da alternativa popular.

O juiz Sergio Moro, mais uma vez mostrando que age olhando para a política, apressou-se a executar a sentença antes que pudesse haver algum recuo superior.

A profunda divisão do  STF (Supremo Tribunal Federal) a respeito, demonstrada na votação do habeas corpus, indicava a instabilidade da decisão anti-Lula tomada quarta (4).

Mas a Lava Jato, independentemente das intenções de cada um de seus membros, é apenas a ponta de um iceberg.

Quando, na véspera da sessão do STF, o comandante Eduardo Villas Bôas divulgou duas postagens no Twitter e em uma delas escreveu que “o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”, ficou claro que a prisão de Lula tinha se tornado, para determinados setores da sociedade, um assunto de “segurança nacional”.

As “intervenções pretorianas”, conforme as qualificou o ministro Celso de Mello, aproximaram um pouco a situação atual daquela vivida depois de 1964.

Trata-se, mais uma vez, de impedir, no tapetão, que haja verdadeira alternância no poder. Uma disputa sem Lula candidato, e com dificuldade para explicar ao seu eleitorado quem o representa, esvaziará o pleito de outubro. A possível vitória de um candidato de “centro”, na realidade do campo da classe média, nessas circunstâncias, terá a sua legitimidade diminuída.

Por outro lado, a evolução dos acontecimentos poderá transformar a condenação de Lula no principal assunto da própria eleição. Dependerá, então, da capacidade dos dirigentes forjados neste ciclo, que permanecem em liberdade, reconstruir o polo que representa os pobres. Sobre o seu sucesso, o futuro dirá.

André Singer
Cientista político e professor da USP, foi porta-voz e secretário de Imprensa da Presidência no governo Lula.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

O STF e a turma dos sem-instância

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2018/04/o-stf-e-a-turma-dos-sem-instancia.shtml

No andar de cima a sentença só vale na última instância, no de baixo, fica-se na cadeia sem instância nenhuma

4.abr.2018 às 2h00

O Supremo Tribunal Federal julgará hoje o habeas corpus de Lula, condenado pelo TRF-4 a 12 anos e um mês de prisão. Por trás e acima desse recurso está a questão do cumprimento de uma sentença depois que ela passou pela segunda instância. O tribunal já decidiu nesse sentido, mas alguns ministros mudaram (ou não mudaram) de opinião, levando a bola de volta ao centro do campo. Os doutores são todos adultos e sábios. Suas decisões são finais, e seus argumentos eruditos às vezes são incompreensíveis.

Na questão da segunda instância trata-se de decidir se um cidadão condenado por um juiz, com a sentença ratificada no primeiro nível superior, deve ir para a cadeia, ou se ele tem direito a continuar solto até que seja apreciado o seu último recurso.

Em juridiquês, o debate é interminável. Na vida real, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal discutem a essência social da Justiça brasileira. Essa questão só esquentou quando o juiz Sergio Moro começou a mandar para a prisão a turma do andar de cima. Isso porque no andar de baixo a história é outra. Quatro em cada dez brasileiros que dormem na cadeia estão lá sem julgamento algum. São os "sem-instância" chamados de "presos provisórios", gente que não tem dinheiro para pagar bons advogados. Há 711 mil detentos no país, 291 mil são "provisórios".

Muita gente torceu o nariz quando o ministro Luís Roberto Barroso disse que há um velho "pacto oligárquico" na raiz das roubalheiras expostas pela Lava Jato. Os pactos oligárquicos são implícitos e impessoais. Ninguém se apresenta como representante da oligarquia das empreiteiras, pedindo audiência a um burocrata nomeado pela oligarquia política. Apesar disso, os pactos do passado são reconhecidos e estudados, sem ofensas aos mortos. Está nas livrarias "Africanos Livres - A Abolição do Tráfico de Escravos no Brasil", da professora Beatriz Mamigonian. Ela contou um aspecto do pacto oligárquico que sustentou a escravidão no século 19 e expôs a boca-livre da elite do Rio no trato dos negros contrabandeados que eram capturados pelos ingleses ou pelo governo.

A coisa funcionava assim: desde 1831, pela lei, seriam livres todos os africanos chegados ao Brasil. Foram capturados algo como 11 mil negros, transformados em "africanos livres" obrigados a prestar 14 anos de serviços à Coroa, que os terceirizava para os maganos da Corte. Os concessionários pagavam uma taxa que equivalia a um mês de trabalho do negro, caso o alugassem para outros serviços.

Mamigonian conta o caso de Felício Mina, que foi trazido para o Rio em 1831. Em 1844, estava preso e esperava que os ingleses viessem protegê-lo. Seu concessionário dizia que ele era um ladrão perigoso, por "altivo", "jamais disposto a humilhar-se".

Entre 1831 e 1835 o concessionário de Felício explorou um plantel de 15 "africanos livres". Ele se chamava José Paulo Figueroa Nabuco de Araújo, nada a ver com o pai de Joaquim Nabuco. Talvez algum dos 11 ministros de hoje lembre dele, pois era titular do Supremo Tribunal de Justiça e escreveu uma "Coleção Cronológica das Leis do Império do Brasil". Talvez o doutor não soubesse, mas fazia parte do pacto oligárquico e usufruía dos seus benefícios. (Jornalistas também tinham acesso ao mimo dos negros.)

Elio Gaspari
Nascido na Itália, recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'.

Comandante do Exército dispara tuítes e muda patamar do mecanismo

Fonte: http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/04/04/comandante-do-exercito-cruza-linha-e-muda-patamar-do-mecanismo/

4.abr.2018 às 00h12

Marcos Augusto Gonçalves

As mensagens no Twitter (leia aqui) disparadas pelo general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, cruzaram a linha. Avançaram o sinal. Mas não parece que atravessaram o passo. Disse, em síntese, à véspera de decisão crucial do Supremo : “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais.”

A politização que há tempos se apoderou de instituições que dela deveriam se preservar, como o STF, era visível  nas Forças Armadas, mas parecia contida. Agora explicita-se via rede social, à la Trump, pela conta do comandante, que se mostrava, ao menos, inclinado a manter equilíbrio e aparências.
A manifestação ganhou “likes” e salvas exclamativas de setores relevantes da elite da tropa. E direito, cercado de paranóias e mistificações, a encerramento do Jornal Nacional.

A impressão é a de que o mecanismo mudou de patamar. As apreensões são crescentes.
Para fazer uma piada tipo dói quando eu rio: Enéas, coitado, perdeu uma oportunidade histórica. Mas foi um visionário.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Além do Brasil, ex-chefes de Estado de 11 países enfrentam investigações e processos por corrupção


Fernanda Odilla
Da BBC Brasil em Londres
Há 3 horas

A Operação Lava Jato, que condenou Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, também já transformou outros ex-presidentes brasileiros e o atual presidente Michel Temer em alvos da investigação.

Leia: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43617234

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O que se sabe sobre a queda da estação espacial Tiangong-1 no Pacífico


2 abril 2018

A estação espacial chinesa Tiangong-1 praticamente se desintegrou ao reingressar na atmosfera terrestre acima do Pacífico Sul neste domingo, apontam relatos da China e dos Estados Unidos. Seus destroços teriam caído no mar.

Leia: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43617783

Como é o 'Satan 2', o míssil intercontinental 'invencível' testado pela Rússia


02 de Abril de 2018

Sarmat, ou 'Satan 2', foi anunciado pela Rússia como uma arma "invencível"

O governo da Rússia afirma ser uma de suas mais poderosas armas. E a qualifica como "invencível", "indetectável" e "sem limitação de alcance", capaz de cruzar os polos e de provocar o mesmo impacto tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

Leia: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43617233

domingo, 1 de abril de 2018

PERDEU O BONDE




A barulhenta delação de Antonio Palocci – que prometia atingir os bancos e tirar Lula do páreo eleitoral – emperrou

RAFAEL MORO MARTINS

07dez2017_14h19

Ver em http://piaui.folha.uol.com.br/perdeu-o-bonde/

HÁ 45 ANOS, ERA LANÇADA À ÚLTIMA MISSÃO TRIPULADA À LUA. ENTENDA POR QUE NUNCA MAIS VOLTAMOS.




A Apollo 17 encerrou uma era, que então já estava parecendo velha

quinta 7 dezembro, 2017

Ver: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-45-anos-iniciava-se-a-ultima-missao-do-projeto-apollo-a-lua.phtml#.WinskN-nHIV