Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/04/banco-mundial-deve-emprestar-menos-a-china-e-mais-a-paises-pobres-diz-secretario-dos-eua.shtml
Para Steven Mnuchin, FMI deveria monitorar países com
superávits comerciais recorrentes
21.abr.2018 às 15h09
O secretário do tesouro americano, Steven Mnuchin, quer que
o FMI (Fundo Monetário Internacional) tome mais medidas contra o que a
administração do republicano Donald Trump chama de práticas comerciais injustas
e que o Banco Mundial direcione seus empréstimos baratos para países pobres, em
detrimento da China.
As políticas comerciais atacadas por Mnuchin, segundo ele,
impedem um crescimento mais robusto da economia global e da americana, em
particular.
O secretário falou em evento de encerramento de encontro do
FMI em Washington.
Durante o encontro, o movimento da política internacional
americana em direção ao "america first" (Estados Unidos em primeiro
lugar) foi alvo de divergências com outros países.
Mnuchin afirmou que o trabalho do FMI deve ir além da
concessão de empréstimos de emergência para países em dificuldades financeiras.
Segundo ele, a organização deveria monitorar mais de perto as práticas de
países que consistentemente obtém superávits no comércio exterior.
O Banco Mundial, segundo ele, não deve voltar atrás na
iniciativa de mudar o destino de seus empréstimos, priorizando países pobres,
em vez de países em desenvolvimento com crescimento acelerado, como a China.
DISCORDÂNCIAS
Muitos participantes usaram as reuniões para protestar
contra o protecionismo de Donald Trump, que marcam uma mudança nas sete décadas
de apoio ao comércio livre e global pelos Estados Unidos.
"Nós rejeitamos veementemente movimentos em direção ao
protecionismo", disse Már Guðmundsson, presidente do Banco Central da
Islândia.
"Restrições ao comércio unilateral farão apenas mal
para a economia global."
Os Estados Unidos causaram turbulência no mercado financeiro
internacional nas últimas semanas com uma série de movimentos provocativos que
despertaram o alerta de uma guerra comercial iminente.
No mês passado, Washington impôs taxas sobre aço e alumínio
importados, e em seguida, tarifas sobre US$ 50 bilhões em exportações chinesas
como punição pelas ações do país asiático para controlar tecnologias
americanas.
A China contratacou taxando US$ 50 bilhões em exportações
americanas e, por fim, Trump decidiu elevar as exportações da China taxadas
para US$ 100 bilhões.
"A principal ameaça é o recrudescimento das tensões e a
possibilidade de entrarmos em uma sequência de medidas unilaterais, gerando
incertezas para o comércio internacional e o crescimento global", disse
Roberto Azevêdo, diretor geral da Organização Mundial do Comércio para para o
comitê de política do FMI.
Se, de um lado, os representantes do setor financeiro mantêm
divergências em relação ao comércio exterior com Washington, de outro concordam com os EUA em relação a
necessidade de de ações coordenadas para sustentar a mais forte expansão
econômica desde a crise financeira de 2008.
"Temos de manter esse grupo trabalhando em
conjunto", disse Nicolas Dujovne, ministro da Fazenda da Argentina.
ASSOCIATED PRESS
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