quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Rohingya sofrem estupros em série de militares birmaneses, diz relatório

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/11/1935831-rohingya-sofrem-estupros-em-serie-de-militares-birmaneses-diz-relatorio.shtml

DA REUTERS

16/11/2017  12h12

Um relatório da ONG Human Rights Watch divulgado nesta quinta-feira (16) acusa as forças de segurança de Mianmar de cometer estupros em série contra mulheres e meninas da minoria rohingya como parte de uma campanha de limpeza étnica.

A organização, com sede em Nova York, entrevistou 52 mulheres e garotas rohingya, das quais 29 disseram ter sido estupradas que 28 delas foram vítimas de estupros coletivos.

"Estupro tem sido uma ferramenta importante e devastadora da campanha militar birmanesa de limpeza étnica contra os rohingya", disse Skye Wheeler, pesquisadora da Humans Rights Watch e autora do estudo.

"Os bárbaros atos de violência dos militares birmaneses deixaram incontáveis mulheres e meninas brutalmente machucadas e traumatizadas", disse Wheeler em nota.

Moradora da vila Hathi Para, Hala Sadak, 15, disse à Human Rights Watch que um grupo de dez soldados a obrigou a tirar a roupa e depois a estupraram.

"Quando meu irmão e minha irmã vieram me buscar, eu estava lá no chão, acharam que estava morta", disse ela.

A Human Rights Watch pediu que o Conselho de Segurança da ONU determine um embargo contra o envio de armas para Mianmar e imponha sanções contra os líderes militares do país pelas violações nos direitos humanos.

O conselho já pediu na última semana que o governo de Mianmar interrompa o uso da força bruta em Rakhine, Estado onde vivem os rohingyas, e abriu uma investigação sobre o assunto.

A representante da ONU para a violência sexual em áreas de conflito, Pramila Patten, disse esta semana que as Forças Armadas de Mianmar "comandam, organizam e realizam" estupros em série contra os rohingya.

REFUGIADOS

A atriz Angelina Jolie, que é é embaixadora da ONU para os refugiados, também comentou o assunto nesta quinta.

Em um evento no Canadá, ela disse para uma delegação de Bangladesh que condena os estupros em série e que pretende visitar em breve um campo de refugiados rohingya.

Cerca de 600 mil rohingya fugiram de Mianmar para Bangladesh desde o final de agosto, quando começou a campanha militar contra a minoria muçulmana.

A ação teve início depois que um grupo rohingya fez uma série de ataques contra postos policiais.

Desde 1982, os rohingyas não são reconhecidos como cidadãos de Mianmar. Majoritariamente budistas, os birmaneses alegam que os rohingyas são uma etnia implantada durante a colonização britânica, que trouxe muitos trabalhadores de Bangladesh.

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