Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/01/1952174-exercito-turco-inicia-ofensiva-terrestre-na-regiao-siria-de-afrin.shtml
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
21/01/2018 10h34
O Exército turco realizou neste domingo (21) uma incursão
terrestre em região curda no norte da Síria e atacou milícias curdas apoiadas
pelos EUA, no segundo dia de uma campanha que abriu um novo front na guerra
civil da Síria.
A artilharia turca bombardeou posições da milícia curda
Unidades de Proteção do Povo (YPG), enquanto foguetes disparados do território
sírio atingiram duas cidades turcas na fronteira, Kilis e Reyhanli, causando
pelo menos uma morte e ferindo mais de 50 pessoas.
A Turquia iniciou a chamada Operação Ramo de Oliveira no
sábado (20) contra as YPG, que considera terroristas, no território de Afrin.
O governo americano disse estar preocupado com a situação,
mas afirmou que seu apoio à YPG se limite ao combate do Estado Islâmico. A
Rússia retirou suas tropas de Afrin e liberou o espaço aéreo, afirmando estar
preocupada, mas dizendo que não vai interferir.
A França pediu uma reunião emergencial do Conselho de
Segurança da ONU para tratar da situação.
"Nossos aviões decolaram e começaram a bombardear. E
agora a operação terrestre está acontecendo. Estamos vendo como as YPG estão
fugindo em Afrin", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Vamos caçá-los. Se Deus quiser, vamos completar essa preocupação muito
rapidamente."
"A operação se desenvolve como previsto, a ofensiva
terrestre começou", afirmou o Exército turco em um comunicado,
acrescentando que 153 objetivos (esconderijos de armas) foram alcançados.
Segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH),
18 pessoas, a maioria civis, morreram nos bombardeios desde o início da
operação. Ancara afirma que só atingiu alvos "terroristas" e acusa as
YPG de "propaganda".
A Turquia, que apoia as forças rebeldes Exército Livre da
Síria no norte do país, quer criar uma "zona segura" de 30 km na
região, disse o premiê turco, Binali Yildirim.
Erdogan ataca as YPG em um momento em que suas relações com
Washington estão fragilizadas. Ele ficou especialmente irritado com a
declaração de militares americanos de que os EUA ajudariam a formar um novo
Exército de fronteira com as Forças Democráticas Sírias (SDS, na sigla em
inglês), lideradas pelos curdos.
"Instamos a Turquia manter suas operações militares
limitadas em escopo e duração para evitar a morte de civis", afirmou a
porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert.
O secretário da Defesa, Jim Mattis, confirmou ter sido
alertado pela Turquia antes da operação.
Erdogan afirmou esperar que a operação em Afrin seja
concluída "em pouco tempo". Mas ele advertiu que qualquer um que se
manifestar contra a ofensiva "pagará um alto preço".
"Saibam que, se vocês forem às ruas para protestar, as
autoridades estarão muito atentas", disse Erdogan, referindo-se a
apoiadores da oposição curda na Turquia.
Cerca de 25 mil rebeldes do Exército Livre da Síria
juntaram-se aos soldados turcos no norte da Síria para recapturar cidades e
vilarejos sob controle da YPG.
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