Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/01/1950025-trump-estende-acordo-nuclear-do-ira-mas-da-120-dias-para-pacto-ser-revisto.shtml
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
12/01/2018 17h40 -
Atualizado às 18h01
O presidente americano. Donald Trump, estendeu nesta
sexta-feira (12) o acordo nuclear firmado com o Irã em 2015, mas disse que
seria a última vez, para dar uma chance aos aliados dos EUA de corrigir
"falhas terríveis".
São signatários do acordo, além de EUA e Irã, Reino Unido,
França, Alemanha, China e Rússia.
"Essa é uma última chance", afirmou Trump em
comunicado. "Na ausência de um acordo como esse, os Estados Unidos não vão
mais derrubar sanções para manter o acordo nuclear com o Irã. E se em algum
momento eu julgar que um acordo assim não está ao alcance, vou me retirar do
acordo imediatamente." O presidente deu 120 dias para os países europeus
reverem o acordo e pressionarem Teerã.
O acordo de 2015 levantou sanções impostas pelo Ocidente
devido ao programa nuclear de Teerã. A cada três meses, o pacto precisa ser
renovado pelos EUA.
Esta é a terceira vez desde que assumiu a Presidência que
Trump renova o acordo, apesar de o ter chamado de "pior acordo da
história" durante sua campanha eleitoral e ter ameaçado reiteradas vezes
romper o acordo.
Em outubro passado, Trump havia tirado a certificação da
Casa Branca sobre o acordo, afirmando que Teerã não cumpre o combinado. Na
ocasião, o presidente deixou nas mãos do Congresso a renovação do pacto.
Nesta sexta-feira, a Casa Branca também aprovou sanções —não
relacionadas ao programa nuclear— contra o chefe do Judiciário iraniano, Sadeq
Larijani, visto pelo governo Trump como principal culpado pela repressão do
regime iraniano aos recentes protestos contra o governo no Irã.
A onda de manifestações foi a maior no país desde 2009,
quando milhões foram às ruas protestar contra o resultado das eleições
presidenciais. Desta vez, 22 pessoas morreram no país. Somente em Teerã foram
detidos ao menos 450 manifestantes.
Os protestos começaram em um reduto conservador no nordeste
do país, inicialmente motivados pelas agruras econômicas. O desemprego entre
jovens ultrapassa os 40% em algumas regiões do país, segundo estimativas não
oficiais. Mas, nas ruas, os manifestantes mais tarde incorporaram slogans
políticos e passaram a pedir uma mudança de regime.
Na época, Trump se manifestou dizendo que o Irã tem
fracassado em todos os níveis e que é "hora de mudança".
REUNIÃO NA EUROPA
Um dia antes de Trump anunciar sua decisão, ministros
europeus se encontraram em Bruxelas com o chanceler iraniano, Mohammad Javad
Zarif, para pressionar Teerã a interromper ações que estão desestabilizando a
região —em especial o apoio iraniano aos rebeldes houthi na guerra civil do
Iêmen, onde lutam contra o regime apoiado pela Arábia Saudita.
Apesar disso, a reunião foi vista em Washington, segundo o
jornal "New York Times", como um sinal de unidade entre Europa e Irã.
Foram divulgadas imagens de um sorridente Zarif entre os chanceleres dos
principais países europeus.
"Não acredito que alguém tenha produzido uma alternativa
melhor até agora", afirmou o ministro britânico de Relações Exteriores,
Boris Johnson.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini,
afirmou que "o acordo [nuclear com o Irã] está funcionando —está atingindo
seu principal objetivo, que é manter o programa nuclear iraniano sob controle e
sob vigilância".
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