Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/01/1951103-governo-trump-decide-cortar-verba-de-agencia-da-onu-que-auxilia-palestinos.shtml
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
17/01/2018 11h25
O Departamento de Estado americano anunciou nesta terça-feira
(16) que vai cortar US$ 65 milhões (R$ 210 milhões) da verba que o país dá para
a agência da ONU que cuida de refugiados palestinos.
O valor representa um pouco mais da metade do aporte de US$
125 milhões (R$ 404 milhões) que o governo dos EUA deveria dar para a Agência
das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla
em inglês).
Assim, o órgão receberá agora US$ 60 milhões (R$ 194
milhões). Segundo o Departamento de Estado, a disponibilidade dos US$ 65
milhões está condicionada a uma série de reformas na agência —os Estados Unidos
não especificaram quais seriam essas mudanças.
O corte acontece duas semanas após o presidente Donald Trump
questionar publicamente a verba dada pelo país para ajudar os palestinos.
"Nós pagamos aos palestinos centenas de milhões de
dólares por ano e não recebemos agradecimentos ou respeito. Mas se os
palestinos não querem mais participar das conversas de paz, por que devemos
fazer esses pagamentos expressivos no futuro?", disse o presidente no dia
2.
Segundo a agência de notícias Associated Press, o corte foi
sugerido pelos secretários de Estado, Rex Tillerson, e de Defesa, James Mattis,
em oposição a uma proposta defendida pela embaixadora americana na ONU, Nikki
Haley, que previa o corte completo da verba.
Os dois secretários temiam que um corte total aumentasse a
crise na região e prejudicasse aliados dos americanos, como a Jordânia, onde
vivem muitos palestinos.
Em 2017 os Estados Unidos deram US$ 355 milhões (R$ 1,1
bilhão) para a UNRWA e a expectativa era de que o país disponibilizasse um
valor semelhante em 2018, sendo a primeira parcela de US$ 125 milhões.
Com o corte nesse primeiro pagamento, não está claro ainda o
que acontecerá com o restante da verba.
A UNRWA é responsável por prestar auxílio aos cerca de cinco
milhões de refugiados palestinos espalhados pela faixa de Gaza, Cisjordânia,
Síria, Líbano e Jordânia.
CRÍTICAS
A decisão americana recebeu uma série de críticas de
entidades que atuam na região. Wasel Abu Youssef, da Organização para a
Libertação da Palestina, disse que a medida mostra um esforço deliberado do
governop americano para negar direitos aos palestinos.
Para ele, o corte nas verbas está ligado a decisão americana
anunciada em 6 de dezembro de reconhecer Jerusalém como capital de Israe, que
causou uma série de protestos entre os palestinos.
O secretário-geral da ONU Antonio Guterres disse não ter
sido informado oficialmente do corte, mas se disse "muito preocupado"
com a notícia e afirmou que o trabalho da agência funciona como um fator de
estabilidade na região.
Já Pierre Krähenbühl, que comanda a UNRWA, aifrmou em nota
que o corte "ameaça uma das mais bem sucedidas e inovadoras ações de
desenvovilemto humano no Oriente Médio."
Nenhum comentário:
Postar um comentário